domingo, 7 de dezembro de 2008

As faltas e o Magalhães

Soube-se hoje que o sistema informático que regista as faltas na Assembleia da República foi atacado e estava inoperacional no dia da votação da suspensão da avaliação.
O governo sabia da situação e tinha procurado simplificar transitoriamente o registo de faltas; assim tinha fornecido computadores Magalhães azuis clarinhos a todos os deputados e um servidor Magalhães Elcano azul escuro à própria instituição para registo de faltas dos deputados.
Na altura de marcar a sua presença, contudo, os deputados não o puderam fazer porque o programa de faltas instalado nos Magalhães só regista faltas de alunos e professores; além disso o sistema wireless Magalhães SF encontra-se ainda em fase experimental e, naquele momento, só apanhava fados da Amália, cuja casa era ali perto.
É de elementar justiça assinalar aqui a presença dos deputados na votação acima referida e esclarecer de vez os motivos pelos quais não puderam registar a sua presença.
O governo já tomou medidas para simplificar mais o processo: o novo software a instalar nos Magalhães dos deputados apenas registará as faltas dos professores (para os deputados terem um conhecimento mais profundo do estado da Educação em Portugal); os deputados vão passar a poder assinar o livro de ponto de véspera, acompanhado de uma declaração escrita com o seguinte teor: "declaro por minha honra que se amanhã não estiver presente, isso não quer dizer que faltei!"

2 comentários:

Maria Lisboa disse...

Deputados "da Nação" ?


Não sei qual foi a surpresa da dra. Manuela Ferreira Leite por 30 dos "seus" deputados (pois é das direcções partidárias que os deputados são, não "da Nação") terem faltado a uma votação. Pelos vistos, a líder do PSD não faz a mínima ideia daquilo em que se tornou a AR.

Não faltaram só os 30 do PSD; faltaram ainda 13 do PS, 3 do CDS, 1 do PCP e 1 de "Os Verdes". Numa sexta-feira véspera de fim-de-semana prolongado, até foram poucos. Se aos deputados (gente, essa sim, com privilégios) se aplicasse o modelo de avaliação dos professores, e também eles tivessem que definir objectivos individuais, ter intervenções assistidas e ser julgados pelos "resultados", quantos aprovariam? Dir-se-á que são julgados de 4 em 4 anos. Não são. No meio das listas partidárias todos os gatos (mais rigorosamente, todos os ratos) são pardos, e sabem lá os eleitores em quem votam. O único critério de avaliação a que um deputado está hoje sujeito é o da obediência acrítica. Um acto de honestidade intelectual e política como o dos 6 do PS que pensaram pela própria cabeça pode custar-lhes o lugar. Se não, veremos.
Manuel António Pina

http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina

PS: O do PCP, Honório Novo, soube à noite que está doente, tanto que teve ser substituído no programa/debate da sic notícias. Os outros não sei. (só que mesmo doente, se fosse professor... )

Anabela Magalhães disse...

Excelente post, que acabei de levar para o meu blogue.
Obrigada :)