domingo, 30 de novembro de 2008

O diálogo fácil de madame Min




O Mistério vem agora dizer que está preparado e disponível para negociar! Semelhante afirmação não traz nada de novo, toda a gente sabe que Madame Min dialoga com facilidade, só os professores não souberam ler nas resmas de decretos e despachos a sua propensão para o diálogo.

Há só umas coisinhas que quem dialoga com Madame e Min e a sua parelha de feiticeiros deve respeitar:

1-Iniciar o diálogo calado;

2-Perceber que ser mudo não é um mal;

3-Manter-se calado enquanto Madame Min dialoga;

4-Vislumbrar as vantagens de estar afónico;

5-Considerar boas todas as propostas oriundas de bocas tão dialogantes;

6-Ter a certeza que o diálogo calado é um bem!

7-Respeitar a vontade expressa nas propostas dialogantes do decreto que saiu no dia anterior;

8-Saber que as informações e esclarecimentos e ordens e pressões que chegam todos os dias aos professores são a base de um diálogo construtivo;

9-Notar e fazer notar a todos que as directivas que os "obrigam" são pontos de partida para o diálogo;

10-Reconhecer a sua pouca valia na defesa dos professores, porque as palavras dialogantes de SMDMM - Sua Magestade Dialogante Madame Min - são para o bem dos professores;

11-Aceitar que não sabe conversar porque não entendeu o espírito da lei, a partir da qual de faz o diálogo;

12-Penitenciar-se por existir e ter tido a ousadia de pensar, ou de pensar em pensar, ou de pensar em propor, ou de pensar em ensinar, ou de pensar em... dialogar;

13-Manter-se ainda mais calado enquanto SMDMM & "su pareja" dialogam entre si pensando no bem do país, das famílias e da profissão docente;

14-Identificar-se como incompetente profissionalmente em todas as reuniões em que o diálogo seja tema de conversa;

15-Declarar publicamente que aceita dialogar calado por reconhecer o mérito das propostas expressas por SMDMM & SP na letra e no espírito da lei e das informações complementares, mesmo que isso só seja visível dois anos depois;

16-Afirmar que reconhece os erros das propostas por si efectuadas quando dialogou calado, por considerar a excelência de tão insigne governação;

17-Propor mais momentos de diálogo frutuoso e calado (proposta a realizar por gestos);

18-Esperar em silêncio por mais propostas de leis e do espírito das mesmas, cuja interpretação só estará ao alcance das mentes brilhantes que ocupam os gabinetes de SMDMM & SP, SA.

19- Estar de braços abertos e boca fechada para mais propostas de diálogo;

20- Calar agora e calar-se para sempre!!!


Desde que respeitados estes princípios básicos, o Mistério tem estado sempre disposto a dialogar e já o fez saber em mails para todos os professores e informações detalhadas às escolas; eles e elas, na sua infinita ignorância, é que não entenderam o espírito de tão magnânima boa vontade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Simplex est Complex


Simplificar custa! Bué! E como o que nasce torto tarda ou nunca se endireita, não adianta torcer mais a avaliação! Ela não presta! Podem torcer o ramo para direita, encolher o tronco, tirar a casca, que as folhas são más e os frutos péssimos!

De tão arrevezada no seu início, as simplexicações são a imagem do desnorte, a evidência mais evidente de que o modelo não se consegue pôr em prática. E mais! Que o modelo é injusto e não avalia com rigor!

Remendos desconexos em calças em que se vê o rabo todo é o que isto parece! Uma fantochada avulsa, sem sentido e sem respeito por uma classe inteira de profissionais!

Um querer tapar o sol... e atirar areia para os olhos!

Um último fôlego para ver se consegue desmobilizar os professores! Assim a modos a ver quantos aceitam!

Feitiço de segunda categoria, Madame Min!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O que é uma lei? O que é uma falta? O que é que acontece quando um gajo falta?




Olha que felizes que nós andamos!
Uma lei, em princípio, é uma coisa que se muda.. com frequência, com muita frequência. No principio era a lei! Depois veio o despacho que despachou a lei! E pimba, já está mudada! Podemos dizer, utilizando uma linguagem mais olfactiva, que a lei era um côcô e depois veio um dodot e limpou!


Madame Min explica de outro modo: segundo MM, o primeiro feitiço não foi bem entendido por quem era suposto ser enfeitiçado e, portanto, fez-se uma nova poção a explicar o feitiço, assim uma espécie de manual de instruções resumido e... despachado!


O que é uma falta? Ora bem, uma falta não é nada! Não é nada porque não tem consequências para quem falta! Pode-se faltar à vontade que ninguém vai reprovar o malandro, porque a reprovação do malandro dá uma má avaliação a quem reprova. Uma falta só é chata para miúdos cumpridores, ou azarentos...


O que é que acontece quando um gajo falta? Ou quando uns gajos faltam muito? Não acontece nada a quem falta, mas acontece muito a quem marca falta. Acontece-lhe passar o ano a fazer provas e exames para ver se o malandro que falta aprendeu o que não ouviu nas aulas em que não devia faltar. Isto é lógico!


Dito de outro modo, se eu amanhã resolver faltar ao meu emprego e depois e depois, quem se lixa é o meu chefe que vai ter de ter uma conversa comigo, ou fazer-me uma prova, para avaliar se eu sei fazer aquilo que ele explicou nos dias em que eu não devia ter faltado... é lógico! E ele que se acautele, porque se me despedir vai ter uma má avaliação!


É lógico!


E dizem que não há feitiços! É porque não conhecem a Madame Min!


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

É Gema... É Clara!

Clara era vidente. Via coisas e achava que eram realidade. Nascera em Outubro, em 5 de Outubro e, na terra dela, era muito respeitada. Diziam que era Claravidente. No mesmo dia, noutra terra, nascera Gema e Gema gemia. Gemia muito, como só as gemas sabem gemer. Conheceram-se muitos anos mais tarde, num dia de sol de Julho, em 24 de Julho precisamente. Ficaram amigas e uma via o que a outa gemia e uma gemia o que a outra via. Já nem se sabia bem quem era quem: uma gemaclara ou uma claragema? Certo é que, com o passar do tempo, a que gemia passou a ver e a que via passou a gemer; e não passavam uma sem a outra, onde uma entrava a outra ia, a gema e a clara... juntas no "prato" do dia...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Avaliar

Notícias do Inferno (NI) - Madame Min, é verdade que os professores estão atulhados de burocracia, que não têm tempo para preparar aulas, que passam os dias nas escolas?

Madame Min- MM - Isso não é rigorosamente verdade, os professores não estão entulhados, nem entijolados, nem sequer enterrados, nem sequer foi ainda avaliada a quantidade de entulho, tijolos e terra necessária para este efeito. Portanto primeiro temos de avaliar... e só depois atulhar, perdão, ensinar. Sem uma avaliação rigorosa do trabalho de entulhamento, entijolamento e enterramento dos professores não é possível fazer progredir a educação em bases sólidas, nem saber as necessidades concretas do sistema, nem distinguir os bons e os maus profissionais; tem sido óbvio, nos últimos anos, que há grandes disparidades a este nível e que há professores que dispendem mais entulho, mais tijolos e mais terra, sem razão aparente que o justifique.. Ora isso não é de todo aceitável, há que definir concretamente uma média razoável de materiais a gastar com cada professor no seu entulhamento, entijolamento e enterramento. Como disse, há que fazer uma discriminação positiva, é importante que os professores percebam que para se entulharem, entijolarem e enterrarem têm de ser avaliados e que essa avaliação é para seu bem...

NI- Madame Min, confesso que me perdi! A expressão que usei é a de muitos professores que se confessam atulhados....

MM- Vou interrompê-lo! Os professores não estão avaliados, há que definir regras precisas dessa avaliação, tem de haver níveis de progressão por competências que se encontrem registadas em fichas próprias. Não podem ser todos iguais; um professor que só sabe entulhar é claramente diferente do professor que entulha e entijola e este também o é do professor que entulha, entijola e enterra. Mesmo neste último caso há diferentes níveis de proficiência; não é a mesma coisa enterrar à superfície e enterrar mais fundo.
Tudo isto tem de dar origem a categorios diferentes:teremos o professor-entulhador, o professor entulhador-entijolador e o professor entulhador-entijolador-enterrador, o titular dos três "és" -eee - , sendo que esta útlima categoria de subdivide em três níveis conforme a profundidade do enterramento [eee-S - à superfície; eee-MT -meia-terra; eee-EP - em profundidade].
Parece-nos um sistema razoável, baseado numa avaliação séria, que premiará os melhores..

NI- Confesso-me de novo um pouco perdido... a avaliação será feita pelos próprios pares?

MM - Sem dúvida, nós apenas definimos linhas gerais de entulhamento, entijolamento e enterramento; as escolas têm autonomia para concretizar na prática as nossas linhas orientadoras, contando sempre connosco para qualquer esclarecimento que se revele necessário...
Mas ninguém melhor que os próprios pares para concretizar este processo de avaliação objectivo, justo, rigoroso e definidor de boas práticas.

NI- Então, se bem compreendi, avaliar é entulhar, entijolar e enterrar?

MM - Não!!! O que não é possível é ter uma boa avaliação sem entulhar bem, entijolar melhor ou ser excelente a enterrar.
Como lhe disse, há poucos items a preencher, as fichas e grelhas (da autoria das escolas) são simples, o que pode tornar o processo um pouco mais complexo é a incapacidade dos professores se revelarem proficientes em termos de "és". Um "é" é uma coisa; dois "és" é uma coisa diferente e três "és" é uma marca de excelência. Como já deve ter reparado, a própria palavra excelência tem três "és". Se à palavra excelencia acrescentar as letras que faltam, para além dos "és", dos verbos entulhar, entijolar e enterrar, obteremos o que é desejável que os professores cumpram no nosso sistema de ensino: entulharxcentijolarlenterrarncia: Como vê: simples e objectivo!

NI - Muito obrigado, xclncia!

domingo, 9 de novembro de 2008

O que têm em comum D. José I e a Madame Min?

Ambos têm uma corzinha, embora por diferentes motivos..., um verde de verdete, o outro vermelho de verdugo.
Ambos estão de costas para os professores, embora por diferentes motivos..., um porque não se pode mexer, o outro porque nunca se soube mexer!
Ambos têm a mãozinha no ar, embora por diferentes motivos, um porque não se pode mexer, o outro porque...
Ambos vêem o melhor dos mundos, um rio deslumbrante, os passarinhos, os turistas, o sol, a chuva, sentem-se bem na certeza de terem razão...
Ambos assistem do alto a manifestações, um porque não pode descer, o outro porque nada mais sabe fazer...
Ambos olham em frente, um de vidrado que está, o outro de vidrado que é, um porque os olhos não mexem, o o outro porque as ideias não mexem.
Ambos têm um ar altivo, um porque o fizeram assim, o outro porque sim...
Ambos têm qualquer coisa na cabeça, um um penacho, o outro... diga você o que lhe apeteça!
Ambos se julgam reformadores, um por ser rei, o outro porque é de lei...; um porque o ministro reformou, o outro porque mandou prá reforma.
Ambos governam bem, um porque está parado, o outro porque está certo... e o mundo errado.
Ambos montam um bicho, um um cavalo, o outro uma cabala...

E ambos sabem montar, um um cavalo de patas para baixo, o outro uma educação de patas para o ar.


Descubra você mesmo as diferenças: